Pré-sal colocará Brasil na dianteira em energia, mas efeitos sociais ainda são desconhecidos
Especialistas defendem mais investimentos em fontes renováveis
A exploração do petróleo na camada pré-sal colocará o Brasil em uma posição privilegiada no cenário mundial em termos de energia, mas isso só vai se concretizar quando o país já souber o que fazer para que a população se beneficie da nova fonte de riqueza. O país também precisa cuidar do desenvolvimento de fontes renováveis e limpas de energia, pois em 20 anos o petróleo poderá não ser mais um fator crucial na economia global, como é hoje, segundo analistas ouvidos pelo R7.
O pré-sal é uma área de
As energias renováveis são fontes inesgotáveis obtidas da natureza, como o sol, o vento, a água e a biomassa – produzida, por exemplo, a partir do bagaço de cana. O petróleo é uma fonte de energia não-renovável, assim como outros combustíveis fósseis – carvão mineral e o gás natural. Outra energia que não pode ser renovada é a nuclear (ou atômica).
Otimismo excessivo
Para o professor de relações internacionais da Unesp (Universidade Estadual Paulista) em Marília, José Blanes Sala, o Brasil fica "numa situação de muita vantagem", com a reserva de petróleo do pré-sal, porque passará a contar com uma garantia energética. Isso, porém, gerou um clima de "já ganhou" no país. Para ele, o Brasil entrou um pouco "na onda do governo, de um otimismo excessivo".
- É uma boa noticia, mas isso não significa que vai resolver todos os nossos problemas, porque a economia mundial é interligada. Não adianta achar que, porque encontramos o pré-sal aqui no nosso quintal tudo vai se resolver. O Brasil tem compromissos com outros países e com órgãos, como o FMI [Fundo Monetário Internacional], e tem com todas essas partes uma relação de interdependência.
O ex-presidente da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) David Zylbersztajn, por sua vez, afirma que o Fundo Social que será formado com o dinheiro vindo da venda do petróleo é uma ação "puramente demagógica". Para ele, o governo não precisa de fundo nenhum para investir em educação, saúde, ele poderia já fazer isso com o dinheiro que ele arrecada hoje, "que não é pouco".
- O fundo em si é para dourar um pouco a pílula, mas não faz sentido nenhum em criá-lo em especial e ainda mais para daqui dez anos. Faz mais sentido pegar o dinheiro e aplicar nas áreas que são mais relevantes, fundamentais. [O governo] não faz isso porque não quer, mas já dispõe de todos os meios para fazer isso.
O coordenador da campanha de energia do Greenpeace, Ricardo Baitelo, já considera que o Brasil teria mais a ganhar investindo no desenvolvimento de tecnologias que utilizem energias limpas - solares e eólicas [que aproveitam a força dos ventos], por exemplo -, que vão ganhar mais espaço no mundo, e que poderiam se tornar uma especialidade do Brasil, gerando empregos no país.
Fonte: http://www.administradores.com.br/informe-se/economia-e-financas/pre-sal-colocara-brasil-na-dianteira-em-energia-mas-efeitos-sociais-ainda-sao-desconhecidos/36629/
Postado por: Bruna Misturini
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